Análise de dados na prática

Gabriel Matos
AppProva
Published in
4 min readFeb 9, 2017

--

Parte 1 — Fatos e Reflexões

Com certeza você já ouviu falar desse tema. E se ainda não ouviu, sugiro abrir uma aba no seu navegador agora e procurar informações a respeito!

O mundo está mudando. Com certeza, uma das frases mais faladas pelas criaturas que habitam este planeta. A comunicação entre as pessoas é prova substancial dessa mudança. Antigamente, a comunicação por cartas e até o uso dos digníssimos pombos-correio limitava a velocidade com que a informação era divulgada. A descoberta do país em que você vive, por exemplo, só foi noticiada meses após o envio de uma carta escrita por Pero Vaz de Caminha ao Rei Dom Manuel de Portugal dizendo do achamento desta vossa terra nova.

Imagine agora uma conversa por WhatsApp entre o escrivão e seu Rei (permissão para o abrasileiramento):

“Olá Dom Manuel, tudo bem? Chegamos na nova terra!

Grande Pero Vaz de Caminha, excelente notícia! Você vê futuro nesse novo mundo? Acha que poderemos explorar recursos para enriquecer nossa coroa?

Áudio de 16 segundos do navegador explicando ao Rei a riqueza da terra descoberta.

Perfeito! Me mande a location que vou mandar mais 200 navios de apoio.”

A evolução não é nítida? Ela é natural em todos os âmbitos do que chamamos de “sociedade”. E é importante não confundir evolução com o lançamento de um novo modelo de celular. Evolução é principalmente mudança de mentalidade. Aliás, essa evolução é bem mais complexa do que criar um aplicativo para gerir sua conta bancária, por exemplo. Só que ela também é mais perene, justamente porque sempre balança alguns dogmas que estão enraizados na nossa cultura. E o que é cultura afinal senão o conhecimento que não temos escolha se vamos aprender ou não, que se multiplica independente da nossa vontade e que simplesmente aprendemos? Então, mudar isso deve ser no mínimo um pouco complicado…Mas uma coisa é certa, você só muda sua rotina quando a mudança gera algum valor.

Sendo assim, o maior desafio não é a mudança do mundo em que vivemos, e sim o que você está fazendo para se adaptar a essas mudanças, tanto na vida pessoal quanto profissional.

E porque será que tanta gente ao seu redor está te falando que você deve cada vez mais analisar dados para tomar qualquer decisão? Será que isso realmente agrega valor ao seu trabalho? E na vida pessoal, poderia gerar algum ganho ou economia? A notícia boa é: você já faz isso com maestria entre 18h e 8h (horário não comercial)!

Recupere quais são seus comandos mentais imediatamente após receber um convite para sair a noite. Os mais planejados pensam:

Vou checar quanto gastei com saídas esse mês, ver se ainda tenho saldo para me divertir essa noite.

Já a turma do deixa a vida me levar (não entenda esse nome como negativo, porque se eu criticasse você estaria me criticando também =) ).

Tenho saldo no banco pra sair, ou tenho dinheiro suficiente na carteira. Vamos!

Outro exemplo: a casa própria. Esse assunto gera cada vez menos polêmicas entre as pessoas, porque já foi muito importante pra muita gente mas hoje não é tanto. Só que, mesmo perdendo a importância, todo mundo sabe qual é o bairro da sua cidade com o m² mais caro, ou quanto seria um valor de entrada interessante para comprar um imóvel ou até quais os locais onde o aluguel têm o melhor custo-benefício.

Se você fizer o exercício de pensar em outros comandos mentais que você executa ao tomar decisões consideradas cotidianas, fatalmente você verá que suas decisões sempre são baseadas em dados. Achou intrigante? Isso porque você ainda não começou a analisar suas decisões no trabalho. É um fato: nosso querido povo brasileiro ainda não tem a cultura (olha ela aí de novo!) de priorizar a análise de dados para tomar decisões em seu trabalho. Tudo sempre foi muito baseado no feeling. Quem não se lembra da famosa cena antes do fatídico 7 a 1, onde um profissional da seleção Alemã estudava uma planilha repleta de anotações sobre o desempenho dos jogadores enquanto nosso glorioso preparador físico Paulo Paixão jogava sal grosso no campo do Mineirão? Mas calma, sem desespero! O que posso falar agora é que isso está começando a mudar…

Personagem Zé Carioca da Walt Disney Std. para retratar o brasileiro dos anos 40.

Para terminarmos este primeiro momento, convido você a fazer algumas reflexões que considero importantes:

I: Você utiliza dados reais para a tomada de decisões cotidianas no seu mundo pessoal. Por que essa prática ainda não é completamente inserida no seu trabalho?

II: Você ouve muitas pessoas dizendo que o mundo está mudando e que cada vez mais devemos ser data-driven (direcionados por dados, tentei me segurar, mas um ou dois termos em inglês tinham que aparecer). Se existe uma tendência à mudança dessa cultura, como isso pode agregar valor ao seu cotidiano?

Na sequência dessa série de textos, a parte 2 vai procurar entender a cultura do feeling e tudo que você está deixando de ganhar com ela! Até lá!

--

--